Manifestações e protestos aumentam e marcam o sábado mais triste que nosso país já teve
Neste sábado 19 de junho de 2021 o Brasil registrou 1.401 mortes e 20.483 novos casos de COVID-19, atingindo a trágica marca de 500.022 vidas perdidas em 15 meses de pandemia para uma doença que já existe vacina e protocolos de segurança e prevenção.
Esse número de mortos, em termos absolutos, é o segundo maior do planeta, só perdendo para os EUA, que ultrapassaram a marca das 600 mil mortes por covid-19, porém, agora em queda acentuada devido ao controle da pandemia por meio da ampla vacinação. Os EUA, em 19/6, conta com 45% de sua população totalmente vacinada.
Se o número de mortes choca, é imperioso reforçar que por trás de cada morte há mães, pais, filhos e filhas, irmãos e irmãs, avos e avós, amigos e amigas, colegas de trabalho, enamorados… É muita dor!
Um dor que cresce ainda mais quando paramos para pensar que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Pessoas estão morrendo de Covid-19 no Brasil porque temos um presidente que zomba dos brasileiros e brasileiras, faz piada do nosso sofrimento, não cumpre o papel para o qual foi eleito que, em face de uma pandemia, seria o de conduzir uma política nacional de prevenção, controle e segurança da população.
Um governo negacionista: nega a ciência, nega os protocolos de segurança, nega a eficácia da vacina, e assim, de fato, faz o sistema de saúde colapsar, negando a vida e a esperança aos brasileiros e brasileiras.
Um presidente que estimula a população a tomar medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid, deixando a falsa ilusão de que estão protegidos da morte.
Quanto vale uma vida?
Com fakenews e muita desinformação, Bolsonaro aposta na suposta eficácia da imunidade de rebanho, que é deixar uma grande parcela da população se infectar para naturalmente controlar a pandemia. Ele entende que assim o país economizaria com os custos de medidas de prevenção – lockdown é uma delas – e da compra de vacinas – recusadas pelo governo 11 vezes no ano passado.
Por isso incentiva aglomerações, dificulta o auxílio emergencial, repudia a vacina e agora quer desobrigar o uso de máscaras de proteção para pessoas vacinadas ou que já foram contaminadas, medida essencial para o controle da pandemia.
Enquanto isso, vamos acumulando tristeza, dor e mortes. A média móvel diária de novas contaminações nos últimos 7 dias foi de 71.565 – 15% a mais em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta nos diagnósticos pela primeira vez após mais de 50 dias.
Estamos caminhando muito rápido para sermos o número 1 em mortes por covid-19 no mundo.
Protestos ganham força
O momento é de dor, mas também é de indignação e luta. Os atos do sábado 19 de junho por vacina no braço, comida no prato e fora Bolsonaro foram maiores do que as manifestações de 29 de maio.
De acordo com os organizadores, cerca de 750 mil manifestantes – 25% a mais do que registrado nos protestos do mês passado – foram às ruas em protestos realizados em torno de 400 cidades em todo os estados do país. Houve também protestos em 17 países do mundo, com estrangeiros e brasileiros condenando a crise sanitária no Brasil.
Paralelamente às manifestações e aos trabalhos da CPI da COVID, uma articulação de partidos de esquerda e ex-aliados de Jair Bolsonaro está sendo elaborado um “superpedido” de impeachment, que reúne 20 denúncias de crimes de responsabilidade cometidos por ele. O atual presidente bateu um recorde com 122 pedidos de impeachment protocolados.
Seguimos na luta por Fora Bolsonaro! COMIDA no prato e VACINA no braço!
Foto 1: Ricardo Stuckert
Foto2: Roberto Parizotti
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