Previsão do faturamento líquido é de 12,4% de expansão em
relação a 2011
Classificado pelos empresários como ano “atípico”, a
indústria química brasileira encerra 2012 com um resultado satisfatório. Segundo
a Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM, o faturamento líquido deve
encerrar o ano em R$ 293 bilhões, número que representará, se concretizado,
expansão de 12,4% em relação a 2011.
Desse total, 46% da receita vem do segmento de produtos
químicos de uso industrial. O faturamento dessa área deve chegar a R$ 137,4
bilhões, uma expansão de 11,3% em relação a 2011. A produção de químicos de uso
industrial cresceu 3,5% em 2012 e as vendas internas tiveram uma expansão de
4,2%.
A situação atípica acontece se convertermos esses dados em dólares: o número estimado apresenta queda de 2
7%, para US$ 153 bilhões, e o resultado deve cair 3,5%, para US$ 71,2 bilhões,
segundo estimativas da Abiquim.
Esse e outros dados foram apresentados na 17ª edição do
Encontro Anual da Indústria Química, realizado na manhã desta segunda-feira
(10), em São Paulo.
O Sindicato dos Químicos do ABC, representado pelo
presidente Paulo Lage e pelo secretário de administração e finanças, Juvenil
Nunes da Costa, acompanhados pelo coordenador político da Fetquim, Raimundo
Suzart, compareceram ao evento.
Mesa redonda e Delfin Neto
A edição deste ano do Encontro contou com uma interessante
mesa redonda composta por representantes dos segmentos consumidores da indústria
química e uma palestra otimista e bem-humorada do professor Delfim Neto.
Na mesa redonda, cada segmento apresentou um breve
balanço do ano e os desafios que se apresentam em 2013 e praticamente todos,
inclusive o economista Delfim Neto, reconheceram que medidas governamentais como
o aumento da renda, redução de juros e ampliação do crédito têm ajudado o setor
industrial nacional. Entre os desafios mais citados, está a unificação da
alíquota do ICMS e a redução do custo do gás.
Foco no Regime Especial da Indústria Química
O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da
Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico
do Brasil, deputado Vanderlei Siraque (PT-SP), presente ao evento,
destacou que a indústria química necessita de algo mais amplo do que a redução e
unificação da alíquota do ICMS.
“Essa unificação do ICMS é importante para acabar com a
guerra fiscal mas nós queremos o REIQ, que é o regime especial para a indústria
química do País, que também foca na questão do IPI, na taxação das importações
dos produtos similares aos nacionais, queremos trabalhar a taxa de câmbio, os
juros, a matéria- prima , no caso, o gás”, afirmou o deputado, destacando que não
existe país forte sem uma indústria química, petroquímica e plástica forte.
Sustentabilidade e diálogo social
Para o Sindicato, que se debruçou sobre essas discussões
durante a conferência internacional do projeto “A indústria química em
2020: um novo rumo é possível”, realizada em setembro/2011, os desafios
para um crescimento sustentável da indústria química devem incluir mais proteção
social, mais diálogo dentro da fábrica, medidas contra a demissão imotivada e garantia de locais
de trabalho seguros e saudáveis.
“Estas condições também devem ser consideradas como
medidas estruturais e inovadoras, medidas que atribuam a necessária dimensão social
a essa sustentabilidade. Não haverá crescimento econômico que não seja
sustentado em termos sociais, econômicos e ambientais”, aponta o presidente do
Sindicato, Paulo Lage.
Não por acaso, para dar continuidade às ações do Projeto
2020, o Sindicato elegeu como tema do 11º Congresso dos Químicos do ABC, que
será realizado nos dias 1, 2 e 3 de março de 2013, o “Compromisso com o futuro
sustentável – visão e papel dos trabalhadores(as)”.
Na foto ao lado, (da dir.p/esq.), presidente do Sindicato, Paulo Lage, presidente executivo da ABIQUIM, Fernando Figueiredo , o secretário de administração e finanças do Sindicato, Juvenil Nunes da Costa, e o coordenador da Fetquim, Raimundo Suzart.