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Nossa principal preocupação hoje é a manutenção dos empregos, afirma sindicalista francesa

26/02/2014 às 17h23

Nos últimos dez anos, setor químico francês é o que mais perdeu empregos no país

A indústria química francesa, em 1999, possuía 3.300 empresas, empregando 183.847 trabalhadores. Hoje, são 2.660 empresas e 147 mil trabalhadores na produção.

“Faz dez anos que estamos perdendo 2,2% de empregos ao ano, essa é a nossa maior preocupação”, afirmou a sindicalista química francesa Joana Kerly no primeiro dia dos trabalhos do Seminário Internacional Estratégia Sindical Comparada sobre Desenvolvimento Sustentável, promovido pelo Sindicato dos Químicos do ABC em parceria com a Federação de Química e Energia da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT-CE).

Na apresentação sobre a situação da indústria química na França, Joana Kerly destacou que a balança comercial da indústria química é positiva, vários estudos prevêem uma retomada do crescimento dessa indústria em 2014, mas não há criação de empregos. Por isso, entre as prioridades da ação sindical está a busca do diálogo com empresários e governo por soluções para o não fechamento de empresas, garantindo os postos de trabalho.

“O governo francês, de esquerda, é aberto ao diálogo social e existe uma vontade política de retomar a industrialização no país. Em setembro do ano passado, por exemplo, o governo anunciou o investimento em 34 projetos de pesquisas inovadoras”, disse a sindicalista.

Joana conta ainda que recentemente houve uma grande negociação sobre as tarifas de eletricidade em especial para a indústria química, para salvar empresas e empregos. “O contrato negociado com a empresa de energia da França baixou as tarifas para sete setores produtivos, que são os maiores consumidores, por 24 anos”.

Mudanças climáticas e gás de xisto

A situação da indústria química no Brasil e na França e a estrutura das respectivas representações sindicais foram os temas intercambiados e debatidos na tarde desta quarta-feira, 26/2. Nesta quinta-feira, 27/02, continuam os trabalhos do Seminário Internacional com a discussão sobre a visão de sustentabilidade na indústria química de ambas as entidades; explanação dos representantes da CFDT-CE sobre política energéticas e mudanças climáticas, seguida pela apresentação do tema “A exploração do Gás de Xisto como ameaça aos recursos hídricos no Brasil”, pelo coordenador da Rede Guarani/Serra Geral Luiz Fernando Scheibe, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A Federação francesa está representada pelo Secretário Geral da entidade, Jean-François Renucci e pelos diretores Dominique Bousquenaud e Joana Kerly.

O Seminário acontece na sede do Sindicato dos Químicos do ABC em Santo André: av. Lino Jardim, 401 – Vila Bastos.

Na foto acima, a mesa de abertura do Seminário, com a presença (esq.p/dir.) do secretário geral da CFDT-CE, Jean-François Renucci, do secretário de administração e finanças da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ-CUT), Sergio Novais; do presidente do Sindicato Paulo Lage e do coordenador político da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no estado de São Paulo (FETQUIM), Raimundo Suzart.

Foto: Dino Santos.