No Brasil, o Dia de Ação Global contra o Golpe foi marcado por protesto em frente ao consulado daquele país em São Paulo
Senhor Consul Geral,As organizações sindicais internacionais e brasileiras infra-assinadas, vem por meio desta manifestar nosso mais completo repúdio à aterrorizante tomada de poder pelos militares em Mianmar e, ao mesmo tempo, informar que nossas organizações se comprometem a fazer tudo ao nosso alcance para impedir o sucesso desse golpe, garantir a libertação de todos os detidos e pôr fim à violência e perseguição ao povo. Os perpetradores do golpe devem ser isolados.
Em linha com as posições e demandas do Conselho dos Sindicatos Globais (CGU) às instituições internacionais, conclamamos os governos de todo o mundo a se unirem em apoio ao povo de Mianmar para:
• Condenar publicamente o golpe de Estado em Mianmar;
• Não reconhecer ou apaziguar os militares;
• Solicitar à Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que suspenda a representação de Mianmar até que os representantes eleitos possam formar um parlamento e um governo democraticamente eleito pelo povo;
• Apoiar a adoção de uma resolução urgente do Conselho de Segurança da ONU, incluindo sanções para os líderes do golpe;
• Convocar uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para analisar a situação em Mianmar; para pedir a libertação de todos os presos em razão do golpe; e mandatar o Relator Especial sobre Mianmar para monitorar e emitir um relatório especial sobre a situação dos direitos humanos, incluindo detenções, cumprimento da liberdade de associação, proteção de manifestantes, respeito pelo direito de reunião pacífica e protestos e o direito à opinião e expressão e discurso, incluindo a confiança nas plataformas de tecnologia da informação;
• Implementar sanções econômicas abrangentes para interromper toda e qualquer receita para os militares;
• Cessar imediatamente toda a cooperação militar e o comércio de armas com Mianmar;
• Expor e responsabilizar todas as empresas de lobby empregadas pelos militares de Mianmar; • Rastrear as cadeias de suprimentos de empresas comandadas por militares para garantir a aplicação total das sanções econômicas;
• Apoiar e ajudar a todos os refugiados da perseguição militar de Mianmar;
• Proteger a equipe diplomática de Mianmar no país, incluindo essa representação consular;
• Pedir às empresas que operam ou compram em Mianmar para fornecer apoio aos trabalhadores onde as operações são reduzidas, bem como apoiar e proteger os trabalhadores que protestam contra o golpe.
Somos solidários com os trabalhadores e com o povo de Mianmar e prestamos homenagem aos bravos trabalhadores que empreenderam ações para rejeitar o golpe militar e o atentado contra a democracia nesse país irmão.
Após 30 anos de ditadura militar em Mianmar, estamos unidos para garantir que o voto do povo seja respeitado e que todos aqueles que foram eleitos democraticamente possam formar um governo legítimo e reconhecido por seu povo.
Solicitamos de forma respeitosa, que vossa senhoria faça chegar essa mensagem de solidariedade e apoio dos trabalhadores e do povo brasileiro aos legítimos representantes do povo de Mianmar, para que saibam que não estão sós e não serão esquecidos.
Agradecendo sua atenção, nos despedimos
Atenciosamente,
- CUT Brasil – Central Única dos Trabalhadores
- Força Sindical Brasil
- UGT Brasil – União Geral dos Trabalhadores
- CSA – Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas
- ICM – Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira
- IndustriALL Global Union
- UNI Américas, braço continental de UNI Global Union
- IE – Internacional de Educação
- ISP – Internacional de Serviços Públicos