Conselho de competitividade setorial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos se reuniu em Brasília para analisar impactos da política industrial do Governo Federal
Por Thomaz Jensen (economista subseção Dieese do Sindicato)
Representando a CUT, Paulo Lage, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, participou na quarta-feira (2/10) da 5ª. reunião do conselho de competitividade setorial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do Plano Brasil Maior, realizada na sede da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em Brasília.
O encontro reuniu gestores públicos do Governo Federal, representantes de associações empresariais, como a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) e a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) para analisar os efeitos da política industrial que o Governo Federal vem promovendo desde 2011 e debater perspectivas de desenvolvimento para este importante setor da indústria química no Brasil que, em 2012, registrou faturamento líquido de R$ 29,3 bilhões, 16% a mais que em 2011.
“Desde que realizamos em 2011 o ciclo de debates sobre a indústria química em 2020, temos mantido contato constante com as associações empresariais e o Governo Federal para encaminhar ações em conjunto que efetivem as propostas da CUT para que o crescimento das indústrias se reflita em melhorias na remuneração e nas condições de trabalho”, afirma Paulo Lage. “O setor de cosméticos emprega 42 mil trabalhadores em todo o Brasil e este número vem crescendo. De 2006 até 2011, foram 17% a mais de empregos. No ABC, apenas em 2012, o número de trabalhadores nas indústrias de cosméticos cresceu 21% em relação a 2011. O momento é oportuno para construirmos ações em conjunto que valorizem os trabalhadores”.
Otávio Camargo, diretor da ABDI, apresentou um balanço de dois anos do Plano Brasil Maior, seus impactos e resultados. Segundo ele, “a política vem para mostrar não só as dificuldades de a indústria brasileira competir internacionalmente, como também propostas para melhorar. A política reforça a importância dos elos da cadeia produtiva, da necessidade de aumentar tecnologia e inovação para aumentar a competitividade da indústria brasileira”.
Foram realizadas ainda apresentações dos Grupos de Trabalho (GTs) que compõem o Conselho, entre eles, o GT Insumos Químicos, coordenado pela ABIQUIM, cujo objetivo é elaborar estudo para propor políticas que visem à produção nacional competitiva de insumos químicos para o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. O Conselho é composto ainda pelo GT Embalagem, coordenado pela ABDI, o GT Inovação, coordenado pela ABIHPEC, e o GT Elos da Cadeia, sob coordenação do SEBRAE. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) teve espaço para falar sobre regulamentação e também foram debatidos os tributos na indústria.
A reunião abordou as ótimas potencialidades de crescimento da produção e do emprego, com impactos positivos na região do ABC, que conta com importantes empresas do setor localizadas em Diadema e São Bernardo do Campo. Segundo a própria entidade representativa das empresas, o setor cresce no Brasil acima da casa dos dois dígitos nos últimos 17 anos e ainda há espaço para crescimento, especialmente para as micro e pequenas empresas.
Há no Brasil cerca de 2.300 indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Estas empresas compõem um mercado de R$ 29,4 bilhões, mas somente 20 destas empresas concentram 73% do faturamento total. Destas 20 empresas, apenas 5 são de capital nacional. Segundo a subseção do DIEESE no Sindicato, são cerca de 4.100 trabalhadores nas indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos instaladas no ABC.
Para a ABIHPEC, o mercado de higiene pessoal e de cosméticos tende a manter as elevadas taxas de crescimento, ainda mais com as medidas de desoneração de impostos de produtos da cesta básica anunciada pela Presidenta Dilma Rousseff e que beneficia produtos do setor, como sabonete e pasta de dente. Existe, porém, a ameaça de que as importações aumentem e tomem espaço da produção nacional, como já aconteceu em 2012, algo inédito para a indústria, que sempre exportou mais do que importou.
Na reunião, foi divulgado o III Caderno de Tendências – Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos 2014-2015, elaborado pela ABIHPEC, ABDI e SEBRAE. Em breve, a versão eletrônica da publicação estará disponível no site www.abihpec.org.br
“O balanço desta reunião é positivo e indica que a CUT está certa em participar destes espaços de debate sobre os rumos da indústria no Brasil, criados pelo governo Dilma. É oportunidade que não podemos desperdiçar de apresentar ao Governo e às entidades empresariais propostas que possam ser incorporadas na agenda de investimentos das indústrias, com resultado concreto de melhoria nas condições de trabalho neste importante setor químico”, avalia Paulo Lage.