Posts

Sindicato se une às vozes que clamam JUSTIÇA POR MOISE

04/02/2022 às 17h28

Jovem congolês foi vítima do racismo, das ações fascistas estimuladas pela extrema direita, mas também das relações precárias de trabalho que prevalecem hoje no Brasil

O Sindicato dos Químicos do ABC, por meio de seu secretário de Políticas Sociais, Jansen Nunes Rosa, manifesta sua indignação com o crime bárbaro de assassinato do jovem Moise Mugenyi Kabagambe, ocorrido no Rio de Janeiro no último dia 24, e se une às vozes que começam tomar às ruas pedindo “Justiça por Moise”.

É importante que a sociedade se organize e se posicione frente a mais esse crime bárbaro de um jovem negro, pobre, refugiado. Moise é mais uma entre tantas vítimas do nosso racismo estrutural, da desumanização promovida por um governo fascista e vítima da precarização das relações de trabalho, aprofundadas em seu grau máximo com a reforma trabalhista de 2018”, pontua Jansen.

Moise foi brutalmente assassinado por reivindicar seu direito enquanto trabalhador com salário atrasado. Os agressores estão tentando justificar a morte por Moise estar supostamente alcoolizado, mas o que fica escancarado, além do racismo, é a relação precária de trabalho do jovem congolês no quiosque da Barra da Tijuca.

O crime teve repercussão internacional, mas infelizmente é parte de uma política mais ampla de extermínio da juventude negra, simbolizada na morte de Ágathas, João Pedros, Marielles, entre tantos outros.

Moise: jovem, negro, pobre e refugiado

 

Acolhido como refugiado em 2011, Moise deixou a República Democrática do Congo para fugir da violência. Mas como encontrar acolhimento em uma sociedade em que 77% das pessoas assassinadas em 2021 são negras, 67% das mulheres mortas são negras, é o quinto país em número de feminicídios e o primeiro em número de assassinatos de homossexuais e pessoas trans?

Vamos às ruas por justiça em todos os seus aspectos: por Moisen e por mudanças profundas, como a revogação da Reforma Sindical de 2018, e mudanças na presidência, no parlamento e na sociedade”, completa Jansen (foto).

 

Protestos começam a se espalhar pelo Brasil

 

Na madrugada deste 3 de fevereiro, foi realizado mais um protesto de rua (foto ao lado) pedindo justiça por Moise Kabagambe.

Cerca de 100 jovens integrantes do movimento Levante Popular interditaram por 15 minutos a avenida da praia, na Barra, atearam fogo em pneus e entoaram palavras de ordem contra o racismo e contra a precarização dos direitos trabalhistas. 

No próximo sábado, 5, novos protestos já estão marcados. Convocados pela comunidade congolesa, movimentos imigrantes e movimentos negros haverá atos simultâneos no Rio de Janeiro e em São Paulo, às 10h, e às 17h em Curitiba e Belo Horizonte.

Em São Paulo, o ato terá início em frente ao Masp, na Av. Paulista. No Rio, o protesto contará com a presença da família e de amigos de Moise e será em frente ao quiosque onde o jovem foi assassinado. Em Curitiba, será no Largo da Ordem, em frente à Igreja do Rosário, e em BH, na Praça Sete.