Não ousem tirar direitos da classe trabalhadora, avisa presidente nacional da CUT
Com um público de mais de 50 mil pessoas no Vale do Anhangabaú, o ato político do 1º de Maio Popular foi marcado pela união dos sindicatos e movimentos de mulheres, negros, LGBT, MST, MTST e diversos movimentos sociais contra a direita conservadora.
“Este ato lança uma frente de esquerda no Brasil. Aqui não é um ato só da CUT, não. É da CUT, da CTB, do MST, do MTST, da Intersindical, da CMP, da FAF, da MMM, da UNE e mais 20 movimentos populares do campo e da cidade. Estamos aqui para dizer: não ousem tirar direitos da classe trabalhadora”, afirmou.
O ex-presidente Lula compareceu para dar o seu apoio à luta dos trabalhadores e baseou seu discurso em dois pontos principais: a redução da maioridade penal e o PL 4330 que, se aprovado no Senado, libera a terceirização para todos os setores da empresa.
Em seu discurso, Lula também criticou insinuações contra o seu nome. “Vejo nas revistas brasileiras, que são um lixo, as insinuações. Eles querem pegar o Lula, mas me chama para a briga que eu gosto”, afirmou. “Quero dizer aqui, na frente das crianças: pega 10 jornalistas da Veja, da Época, e enfia um dentro do outro que não dá nem 10% da minha honestidade”, completou.
Congresso Conservador
A luta colocada hoje para a classe trabalhadora é enfrentar e derrotar o projeto conservador que se instaurou no congresso nacional. O PL 4330, aprovado pela Câmara dos Deputados em 8/4 regulamenta a terceirização em todas as atividades, regulamentando os 12,7 milhões de trabalhadores que são terceirizados no Brasil e abrindo a possibilidade de terceirizar os outros mais de 40 milhões que têm carteira assinada e direitos assegurados pela CLT.
A defesa da Petrobras e a luta contra a corrupção também estão na pauta da frente de esquerda, assim como a reforma política e o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais. “A Petrobras é uma importante ferramenta para o desenvolvimento do Brasil. Esse óleo negro pode financiar políticas importantes para o país e não pode ser privatizado. A bandeira contra a corrupção é a nossa e a defendemos. Se houver algum corrupto na Petrobras, quando comprovado for, que seja preso. A Petrobras é patrimônio brasileiro”, finalizou Vagner.
Calendário de Lutas
As centrais e movimentos presentes aprovaram a realização de um dia de lutas em 29 de maio para manifestar seu repúdio ao projeto de lei 4330, que permite a terceirização de todos os postos de trabalho no Brasil. Será articulada ainda uma marcha a Brasília para o dia em que o Senado abrir a votação sobre o projeto.