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Trabalhadores da BASF Jacareí atrasam produção por duas horas em solidariedade à Greve na Demarchi

Escrito por: Redação
26/06/2024 às 11h36
Trabalhadores da BASF Jacareí atrasam produção por duas horas em solidariedade à Greve na Demarchi

Na manhã desta quarta-feira, 26 de junho, os trabalhadores e trabalhadoras da BASF Jacareí atrasaram a entrada do turno em duas horas como forma de solidariedade à luta dos trabalhadores/as do site Demarchi, em São Bernardo. O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Químicos de Jacareí, integrante da rede de Trabalhadores na BASF América do Sul.

“Sem dúvida, uma manifestação importante, que nos comove e reforça a disposição de luta de todos”, afirmou Fabio Lins, secretário de administração do Sindicato dos Químicos do ABC e trabalhador na BASF Demarchi.

Os trabalhadores do Setor de Tintas Automotivas da BASF Demarchi (ECO) suspenderam a greve iniciada no dia 20 de junho como demonstração de boa-fé nas negociações em andamento no TRT-SP. Mas continuam em estado de greve, reivindicando a manutenção dos empregos, manutenção da periculosidade, estabilidade e um pacote indenizatório digno de uma empresa do porte da multinacional alemã.

Trabalhadores da BASF Jacareí atrasam produção por duas horas em solidariedade à Greve na Demarchi

Mobilização está crescendo

Na avaliação da diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC, a indignação com a postura da BASF está aumentando e ganhando apoio e força.

De acordo com as negociações, a empresa pretende remanejar parte dos trabalhadores/as da ECO, com estabilidade, para o Setor ECD (Tintas Imobiliárias). No entanto, os trabalhadores da ECD, além de não terem estabilidade, já possuem trabalhadores/as contratados e/ou promovidos sem receber o Adicional de Periculosidade.

O Adicional de Periculosidade é um benefício pago aos trabalhadores/as expostos a riscos iminentes e que podem colocar em risco a sua integridade física ou vida. A localidade Demarchi da BASF concentra milhares de metros cúbicos de produtos inflamáveis em seu complexo industrial, com riscos de explosão.

No ano passado, houve um aumento no número de acidentes, como a implosão de um caminhão-tanque contendo acrilato de butila (altamente inflamável) e o vazamento de cerca de 2000 kg de resina durante um procedimento de limpeza de um tanque. Em 10 de abril deste ano, houve vazamento de 480 quilos de acrilato de butila, interrompendo a produção, inclusive.

Os trabalhadores(as) também estão preocupados com a frequente concentração de poeira de dióxido de titânio decorrente da utilização do projeto ACTION, com riscos de explosão em contato com oxigênio.

Membros da Comissão de Fábrica e da CIPAA relatam que os trabalhadores/as estão indignados pela BASF estar minimizando os riscos e não aceitarão perder o adicional de periculosidade.

“Nós sentimos isso no chão de fábrica. Essa situação está gerando um sentimento de insegurança, indignação e desprestígio, é quase certo que os trabalhadores e trabalhadoras da ECD podem aderir à greve da ECO para discutir a pauta como um todo. Outras localidades também podem parar em solidariedade, como aconteceu hoje na BASF Jacareí”, explicou Fabio Lins.

Trabalhadores da BASF Jacareí atrasam produção por duas horas em solidariedade à Greve na Demarchi

BASF não merece o REIQ

Diante do impasse, o Sindicato dos Químicos do ABC, além de denunciar internacionalmente o fim do adicional de periculosidade, pretende acionar o Governo Federal para retirar a BASF da lista do Regime Especial da Indústria Química (REIQ).

“As isenções fiscais previstas no REIQ estão associadas a contrapartidas por parte das empresas, inclusive sociais, como manutenção de empregos e direitos, o que vem sendo ignorado pela BASF nas negociações”, afirmou Fabio Lins.

Trabalhadores da BASF Jacareí atrasam produção por duas horas em solidariedade à Greve na Demarchi

Fotos: Sindicato dos Químicos de Jacareí