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Mulheres e Jovens foram mais impactados pela depressão e ansiedade com a Covid-19

14/10/2021 às 11h47

Por: Assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim/CUT

No último dia 10 de outubro foi o Dia Mundial da Saúde Mental, recordado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O atendimento de saúde continua desigual, segundo a própria OMS,  em que os pobres sofrem mais por não terem acesso permanente à atenção preventiva e curativa do sofrimento mental. Pior,  a  situação de Saúde Mental tem se agravado durante a pandemia.

O negacionismo do atual governo Bolsonaro contra a covid-19 foi escancarado, segundo o Coordenador Político da Fetquim, em seu prefácio do Livro sobre a Covid-19 entre químicos e petroleiros, que relata também  os problemas mentais durante a contaminação.

Airton Cano (foto), afirma que a atenção à saúde mental tem piorado no Brasil “devido os cortes cada vez maiores no orçamento no atendimento de saúde geral de todos os brasileiros. E o governo Bolsonaro piorou o atendimento de doentes mentais escolhendo gestores em saúde mental  com políticas medievais  que defendem o cruel sistema de aprisionamento em hospitais de doentes mentais. Um absurdo!” 

Aumento de problemas mentais no mundo durante a Pandemia: Mulheres e jovens mais impactados

A pandemia que mundialmente já registrou desde o início de 2020,  5 milhões de mortos no mundo, e mais de 600 mil mortos e atingido  mais de 21 milhões de pessoas  no Brasil,  e infectado mais de 256 milhões no mundo todo, com sequelas e problemas de saúde física e mental, tem provocado um aumento de  25% de transtornos mentais em todo o mundo, impactando principalmente  mulheres e jovens, segundo  estudo entre 203 países do mundo realizado pela Universidade Queensland (Austrália) .   

O estudo australiano  publicado pela Revista LANCET, (El país, 09/10/21), uma meta-análise que revisou 5000 pesquisas publicadas no mundo em 2020,   mostrou que cresceram os casos de depressão e ansiedade, respectivamente em 28% e 26%, em relação à pré-pandemia. Em números absolutos esse crescimento de diagnóstico foi de milhões: foram de 56 milhões de casos de depressão (dos quais 35 milhões foram de mulheres) e 76 milhões de diagnósticos de ansiedade acima do esperado em relação a períodos anteriores da Pandemia, atingindo principalmente mulheres e jovens. O aumento de casos decorreu do confinamento que as pessoas foram submetidas, devido parada geral da econômica e social (LOCKDOWN) e o contínuo distanciamento social que impediu o relacionamento social  entre as pessoas. A situação se agravou mais para mulheres, devido o corte de atendimentos de saúde mental, violência doméstica e a sobrecarga de trabalho decorrente dos filhos estarem em casa e  distantes da escola.

No ABC paulista cresceram as demandas de Saúde mental em 2020 e 2021

Cidades do ABC paulista detectaram aumento da procura por tratamento da saúde mental em seus Caps (Centros de Atenção Psicossocial), no serviço público do SUS. No ABC existem 29 CAPS. Segundo o DGABC (10.10.21), houve “uma demanda importante nos últimos meses em relação aos estados de ansiedade, depressão e luto”, durante a pandemia.  Algumas cidades do ABC tiveram um crescimento de procura por profissionais de  saúde mental , entre 50 e 60% em relação ao ano de 2019.

Sindicatos químicos atentos à saúde mental: atenção às mulheres, no SUS, nas empresas e melhoria do convívio social

André Alves, Secretário de Saúde da Fetquim, responsabiliza o governo federal pelo aumento do problemas de saúde mental durante a pandemia: “O atual governo gerou um pânico na sociedade com sua postura negacionista e antivacina, não só para os infectados, mas também para os profissionais de saúde que mais sofreram. Fez com que as pessoas perdessem renda e emprego, além de provocar um luto maior de entes queridos, gerando sofrimento físico e mental maior. Pra diminuir esse sofrimento é lutar pelo impeachment do Bolsonaro! Ninguém aguenta mais tanto sofrimento!”

Rosângela Paranhos, Secretária das Mulheres da Fetquim, frente aos número maior de mulheres afetadas em sua saúde mental, afirma: “ É importante que as mulheres tenham atendimento maior no SUS e nas empresas. É preciso lutar sempre pra superar as desigualdades em relação às mulheres, porque nós mulheres temos tantas especificidades em relação à saúde e precisamos de uma atenção especial.”

Por fim, o Secretário de Saúde, Paulo Sérgio (foto), dos Químicos do ABC, da COMSAT, considera importante o cuidado com a saúde mental para o convívio social e no trabalho: “ A saúde mental é um importante fator que possibilita o ajuste necessário para lidar com as emoções positivas e negativas. Investir enfim em estratégias que possibilitem o equilíbrio das funções mentais é essencial para um convívio social mais saudável.”

Escrito por: Assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim/CUT, com informações do El país; Lancet; DGABC