João Pedro Stédile falou sobre a situação grave que vivemos com a junção de três crises ao mesmo tempo: a econômica, a social e a política
O dirigente nacional do MST João Pedro Stédile foi o convidado da Fetquim para atividade de preparação da Campanha Salarial 2015 do Setor Químico, que tem data-base em 1 de novembro. As discussões que envolveram análise da conjuntura e compreensão do momento político atual e o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) aconteceram na sexta-feira, 24 de julho, em São Paulo.
Muitos dirigentes do Sindicato dos Químicos do ABC participaram da atividade, que contou com vários companheiros e companheiras dos sindicatos do ramo químico da CUT em São Paulo.
Stédile destacou que estamos vivendo um período muito complexo, difícil, pois nos dois últimos anos foi se formando uma situação na sociedade brasileira que levou o país a três crises: econômica, social e política.
Para ele, a gravidade que estamos vivendo é porque juntaram-se essas três crises e, portanto, a saída será mais demorada, mais dolorida. “Mas tem que ter saída. E ela vai depender de como a maioria da população, que é a classe trabalhadora, irá se comportar”, disse.
Reforma Política
“Vivemos uma situação muito grave, porque o capital sequestrou a democracia formal por meio do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. Só Cunha gerenciou cerca de 100 milhões em recursos para cerca de 300 candidaturas a deputado… A forma como são eleitos os políticos no Brasil distorce a vontade do povo”, afirmou.
Golpe
“Na avaliação do MST, achamos que não haverá golpe porque isso não interessa aos empresários. Eles querem ganhar dinheiro e para isso precisam de estabilidade. Mas se houver golpe, temos que fazer uma greve geral, ir para a luta social. Nós acreditamos que há um clima propício para estimular a mobilização de massa para avançar, pressionar o governo e fazer a disputa”.