Neste sábado, haverá uma grande festa popular para celebrar os 40 anos da Central na cidade de Praia Grande, onde está sendo realizado o 16º CECUT- SP
A CUT foi fundada em 28 de agosto pela vontade soberana de 5.059 delegados e delegadas que participaram do 1º Congresso Nacional da Classes Trabalhadora, na extinta Companhia Cinematográfica Vera Cruz, na cidade paulista de São Bernardo do Campo.
O Sindicato dos Químicos do ABC estava lá e, diante de todas as dificuldades, o então presidente do nosso Sindicato, Agenor Narciso, disponibilizou parte da sede social da entidade, na Av. Lino Jardim, em Santo André, como sede provisória da recém criada Central Única dos Trabalhadores.
Assim, a categoria química do ABC se orgulha de ter em sua história que a hoje “casinha” onde funciona a sede da Associação dos Aposentados Químicos do ABC, foi a primeira sede daquela que seria a maior central sindical da América Latina.
Conclat da Praia Grande e os 40 anos da CUT
A Central nasceu para consolidar o que foi debatido e deliberado dois anos antes, na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizado em 1981, no Sindicato dos Têxteis, na Praia Grande, a cidade que agora acolhe o início das comemorações pelos 40 anos da Central.
Presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, relembra que desde os anos 1980, os trabalhadores e trabalhadoras deixaram um legado de resistência e mobilização.
“Foi um período duro, mas muito vitorioso e nossa geração tem muito do que se orgulhar e valorizar o que construímos, a mais longeva central sindical do país, que ajudou a conquistar avanços muito acima da legislação trabalhista e foi fundamental para derrotar a ditadura, a primeira, no início dos anos 1980 e agora, com a eleição do presidente Lula, na retomada da democracia do país”, diz Sérgio Nobre, referindo-se aos últimos anos do governo do genocida Jair Bolsonaro (PL).
Passados 40 anos, a CUT retorna para Praia Grande para celebrar com os trabalhadores e trabalhadoras presentes ao CECUT-SP as quatro décadas de luta, realizando no sábado, 26, uma festa aberta ao público, gratuita, com arte, cultura e música.
Democracia e a necessidade de um novo modelo sindical
A CUT nasceu em plena ditadura militar já lutando pela redemocratização do país, com a tarefa de romper com o modelo econômico, social e político que o Brasil enfrentou de 1964 a 1985, que perseguia e oprimia a toda a população, mas principalmente a classe trabalhadora.
A Central surgiu como uma organização sindical brasileira de massas de caráter classista, autônomo e democrático. Uma organização com o compromisso de defender os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, baseada em princípios de igualdade e solidariedade, para organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.
Com 3.960 entidades filiadas, 7,9 milhões de trabalhadoras e trabalhadores associados e 25,8 milhões de trabalhadoras e trabalhadores na base, está presente em todos os ramos de atividade econômica do país.
Baseados em princípios de igualdade e solidariedade, os objetivos da CUT são organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.
Apesar de tantas conquistas ligadas à afirmação da igualdade, contra a discriminação racial, em defesa dos direitos humanos, contra o regime autoritário e na construção de uma sociedade democrática, mais justa, mais humana, plena de direitos, Sérgio Nobre destaca que a Central observa o futuro como algo desafiador e que há muitas lutas para enfrentar.
A começar pela consolidação da democracia, com a prisão do ex-presidente, hoje inelegível, Jair Bolsonaro (PL) e a vitória de candidatos do campo progressista nas eleições municipais de 2024, a implementação de comitês de luta nos bairros para levar discussões importantes e oferecer serviços como a comercialização de produtos da agricultura familiar, a defesa incansável da geração de emprego de qualidade com salário digno e proteção social e a transformação do modelo sindical.
“Enquanto não houver um novo modelo sindical, capaz de representar toda a classe trabalhadora, não apenas aquela com carteira assinada, a CUT não terá cumprido seu papel histórico. No governo Lula, temos uma mesa que discute isso e não podemos perder essa oportunidade”, ressalta o presidente.
Com informações do Portal da CUT.
Leia também