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Agentes do FBI atuaram em escutas e delações premiadas da operação Lava Jato

06/07/2020 às 16h32

As informações são de reportagens da Agência Pública e do Intercept Brasil. Ação foi feita de forma clandestina e ilegal

Reportagem da Agência Pública e do Intercept Brasil revelou que 18 agentes do FBI (polícia federal norte-americana) atuaram no país em escutas e delações premiadas por intermédio da Operação Lava Jato, de forma clandestina e à margem da lei brasileira. Nem o governo federal autorizou nem a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi informada. Alertada sobre a ilegalidade, a Lava Jato respondeu que preferia não cumprir as normas legais.

Em sua página na rede social, a ex-presidenta Dilma destaca que, de acordo com os juristas, é crime entregar a outro país dados sigilosos sobre investigações internas e é crime atrair agentes estrangeiros para atuar em território nacional sem autorização federal.

“A Lava Jato atuou como um poder paralelo. Cometeu atos criminosos ao desobedecer às leis, burlar controles, esconder informações e quebrar a hierarquia”, afirma. “Ferir a soberania do país, permitindo que empresas brasileiras fossem expostas à sanha da concorrência norte-americana e que o FBI/EUA interferissem nos atos próprios da Justiça brasileira é, sem dúvida, a ação mais desprezível”, prossegue a ex-presidenta.

Para ela, é importante neste momento também não esquecer “do horror punitivista do juiz Sérgio Moro, que se alimentou dessas irregularidades e crimes”. Tais ilegalidades colocam sob suspeição todas as decisões tomadas”.

Dilma considera imprescindível uma investigação completa de todos os atos da Lava-Jato que resultaram no Golpe de 2016, na destruição das empresas de engenharia, na extinção de milhões de empregos, no agravamento da crise econômica e na condenação de Lula sem provas. Afinal, conclui, “estas ações ilegais da Lava Jato abriram diretamente caminho para a eleição de um presidente neofascista”.

Representações contra procuradores

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou neste sábado, 04/7, duas representações contra procuradores da Lava Jato.

“Face ao exposto e tendo-se por fartamente demonstrado que o Procurador Reclamado exorbitou de suas funções constitucionais, maculando dispositivos da Recomendação Geral do CNMP, da Lei Orgânica do Ministério Público Federal e da Constituição Federal, é a presente Reclamação para que esse Conselho Nacional do Ministério Público, nos limites de sua competência constitucional, proceda à abertura do competente procedimento administrativo e, ao final aplique ao Reclamado, se for o caso, as penalidades compatíveis com a falha funcional e administrativa aqui noticiada”, escreve Pimenta em sua representação ao CNMP.

A íntegra das reportagens podem ser lidas no site da Agência Pública. Uol e Carta Capital também estão repercutindo as matérias.

Con informações da Agência Pública e Brasil 247