Posts

Dia 3 é dia de sair às ruas para defender as estatais

28/09/2017 às 23h31

Vamos todos impedir que Temer negocie as empresas públicas

O Brasil perdeu nesta semana quatro usinas hidrelétricas operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Elas foram leiloadas na capital paulista e a maior delas, a de São Simão, em Goiás e Minas Gerais, foi arrematada pelo grupo chinês Spic Pacif Energy PTY.

Isso afeta muito mais a vida dos brasileiros do que a maioria pode imaginar, já que a definição do preço da conta de luz passa pelo custo da geração da energia definida pelas hidrelétricas.

Para entender melhor essa situação, compreender a atual realidade das estatais e definir a estratégia para dialogar como a população e trazê-la para a luta em defesa do patrimônio nacional, a CUT reuniu lideranças de organizações sindicais ligadas aos setores mais ameaçados pela privatização.

No centro do alvo, como há muito tempo deseja o capital internacional, está a Petrobrás, maior companhia nacional. Desde que o ilegítimo Michel Temer (PMDB) assumiu o poder, a empresa sofre um desmonte acelerado. Ela já não tem mais controle sobre a distribuição do que produz e os dutos pelos quais faz a transferência para outras refinarias já foram vendidas.

O menor dos males é o país perder a capacidade de gerenciar a distribuição do petróleo de acordo com as necessidades de cada região. O maior, o encarecimento do preço da riqueza, com elevação dos combustíveis e todos os produtos derivados desse bem. Isso aliado à decisão de a empresa abrir mão do bioldiesel retira ainda mais qualquer possibilidade de autonomia do país em relação a esse segmento.

Para piorar, a empresa ainda tem operado com apenas 65% de sua capacidade, conforme aponta o diretor Executivo da CUT, Vitor Carvalho. “Os 35% restantes são cobertos pela importação de empresas privadas internacionais que se instalaram no país após o golpe”, denuncia.

Somado a tudo isso, a Petrobrás também anunciou a saída da área de fertilizantes, decisão que pode encarecer a produção de alimentos, e promove programas de demissão que já tiveram 17 mil adesões, a maior parte delas (70%) de trabalhadores com mais de 30 anos de empresas, gente que conhece o negócio e garante mais segurança na produção.

Esquema sujo

O sucateamento da Petrobras e de outras estatais faz parte do pagamento aos que financiaram o golpe. Mas para os interesses estratégicos do Brasil é fundamental defender o patrimônio nacional.

Parte desta luta acontece no dia 3 de setembro, no Rio de Janeiro, quando a CUT e representantes dos movimentos sindical e sociais se reúnem na capital carioca para luta pelas estatais.

A concentração acontece às 11h diante da sede da Eletrobrás. Às 13h haverá uma caminhada até o quadrilátero das estais onde ficam as sedes da Caixa, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da própria Petrobras.

Em outros estados também acontecem mobilizações, como aponta o secretário de Comunicação da Central e coordenador do Comitê da CUT contra as Privatizações, Roni Barbosa.

“Essa resistência é histórica na Central e vamos aprofundar nossa unidade, não apenas entre os servidores, mas com toda a classe trabalhadora porque, assim como a Reforma Trabalhista, também a venda de nossas empresas afeta a todos e por isso a maior parte dos brasileiros é contra”, apontou, referindo-se a pesquisa recente do Instituto Paraná em que 60% declaram-se contra a privatização.

Mão beijada

Durante o encontro do Comitê da CUT contra as Privatizações, nesta quarta-feira (27), na sede da Central, dirigentes sindicais dos segmentos mais atingidos apontaram o paraíso que espera os investidores internacionais.

No setor elétrico, hoje o país é dono de 15 geradoras de energia elétrica responsáveis por 51% da área de distribuição e 30% de geração. Aliadas a ela estão laboratórios de pesquisa e convênios com universidades nacionais que garantem tecnologia local e aprimoramento dos estudantes. Tudo está em risco nas mãos de Temer, junto com o já citado risco de aumento da conta de luz.

Na área portuária há o risco de privatizar a Companhia Docas do Espirito Santo (Codesa), que apresentou R$720 milhões de lucro em 2016 e não garante argumentos aos golpistas para privatização. Caso levem adiante o projeto de venda, o modelo de entrega de área estratégia para entrada e saída de mercadorias no país será inédito.

“Hoje, a estrutura em que o capital privado explora, mas o Estado administra é o mesmo de qualquer lugar, de todos os países. Mas os golpistas estão dispostos a entregar os portos junto com nossa soberania”, apontou o secretário-adjunto de Organização e Política Sindical, Eduardo Guterra.

Já na área financeira, os bancos públicos, estratégicos na regulamentação do mercado, com a queda de juros, por exemplo, e no financiamento de programas habitacionais, também podem ser entregues à iniciativa privada. O BNDES é outro patrimônio que tende a perder seu papel e deixar de ser objetivo de desenvolvimento para se tornar um garantidor de privatizações.

A barganha desses patrimônios, somada à Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos públicos por 20 anos, transforma o país em mero exportador de matéria-prima para aquisição de produtos prontos.

A alternativa, aponta o secretário Roni Barbosa, é amplificar a luta com a integração cada vez mais maior da classe trabalhadora. “A mobilização vai se ampliar, dias 19 e 20 faremos uma grande plenária dos setor estatal na CUT para organizar as próximas mobilizações”, falou.

Sindicato dos Químicos do ABC
Visão geral de privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.