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Mais de mil organizações entregam pedido de impeachment de Bolsonaro ao Congresso

15/07/2020 às 12h36

Documento foi recebido por parlamentares do PT e deve ser brevemente repassado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia

Por Erick Gimenes e Nayá Tawane (Jornal Brasil de Fato – DF)

Mais de mil organizações populares entregaram à Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, na manhã desta terça-feira (14), em Brasília.

O documento foi recebido pelos deputados Carlos Zarattini, Erika Kokay, Paulo Pimenta e Natália Bonavides, todos do Partido dos Trabalhadores (PT), e deve brevemente ser repassado ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Aproximadamente 200 militantes ocuparam o gramado em frente ao Congresso Nacional para o ato de entrega. Eles fincaram cruzes no chão para simbolizar as vidas perdidas em consequência do governo de Bolsonaro.

O coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Kretã Kaingang, chamou a atenção para o genocídio indígena promovido pelo presidente.

“O genocídio contra os povos indígenas sempre existiu, mas com o governo Bolsonaro a situação piorou. O presidente invadiu nossas terras permitindo a grilagem. Os povos indígenas pedem o Fora, Bolsonaro”, clamou.

Rodrigo Rodrigues, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Brasília, reforçou que a luta pelo afastamento não vai ficar só no papel.

“A classe trabalhadora apoia e fortalece o pedido de impeachment do Bolsonaro. Estamos, hoje, pedindo o afastamento dele, mas amanhã estaremos nas portas das fábricas e indústrias dialogando com o trabalhador, mostrando que ele é explorado por esse governo que só se preocupa com a elite”, aponta.

Para Rosângela Barrozo, dirigente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), é preciso dar um basta no autoritarismo educacional. “Nós estudantes estamos unidos pela democracia. Estamos sofrendo constantes ataques na educação brasileira. Esse presidente não quer investir nas universidades públicas. Não deixaremos o autoritarismo e conservadorismo avançar dentro do nosso espaço educacional. Nós somos Fora, Bolsonaro”.

Crimes

Jair Bolsonaro cometeu uma série de crimes enquanto presidente da República, de acordo com as organizações que assinam o pedido de afastamento.

Segundo os signatários, desde o início do mandato, o capitão reformado “vem incidindo, de maneira grave, reiterada e sistemática em ofensas à Constituição da República. Ao adotar esse padrão de desrespeito à supremacia incontrastável do texto constitucional, o mandatário parece apostar na tolerância e naturalização de tais violações”. 

Ainda segundo a justificativa das organizações, ao cometer os crimes listados, o presidente aposta na desconstrução de um projeto democrático iniciado a partir de 1988, com o estabelecimento da Constituição Federal atual.

Para as organizações, isso acaba “ocasionando graves violações de direitos humanos em diversos matizes e pondo em marcha severas ameaças à vida, à saúde, à integridade física, à higidez ambiental e à segurança alimentar de milhões de brasileiros”. 

Edição: Leandro Melito