por: Pedro Ribeiro Nogueira e Anelize Moreira – Brasil de Fato

Um homem dirigindo uma caminhonete em alta velocidade jogou seu veículo contra uma manifestação das famílias do Acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP), a uma hora da capital do estado de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (18).

Os integrantes do MST estavam realizando um protesto com entrega de alimentos no quilômetro 7 da Estrada do Jequitibá, visando pressionar a prefeitura por  fornecimento de água. De acordo com o relato dos manifestantes, houve uma clara intencionalidade do condutor da caminhonete de atingir os sem-terra. O movimento ainda apura o número de feridos. Luiz Ferreira da Costa, de 73 anos, não resistiu aos ferimentos e foi a óbito no local da manifestação.

Ele é outros 500 militantes sem-terra protestavam em frente ao acampamento. “O protesto ocorria em frente ao acampamento. É uma estrada movimentada, mas eles estavam ali em denúncia a situação de falta de fornecimento de água no acampamento, distribuindo alimentos da reforma agrária para os carros que passavam e panfletos”, afirma Kelli Mafort, da direção do movimento. 

Testemunhas afirmam que o homem estava armado e ameaçou os manifestantes com a arma.

Ela explica que o movimento já está pressionado as autoridades de Valinhos para investigação do caso. “Nós já temos a descrição da caminhonete, mas vai ser fácil a identificação da placa do carro e do assassino do Luiz. A estrada é toda cercada de câmeras de segurança instaladas na estrada do Jequitibá, em Valinhos, região de Campinas”, explica  

Mil famílias vivem no Acampamento Marielle Vive, ocupado em 14 de abril de 2018 – um mês após a execução da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro – e localizado na Fazenda Eldorado Empreendimentos Ltda. 

“A guarda municipal de Valinhos está no local e só pede o tempo todo para gente desobstruir a pista, mas não quer falar sobre punição, isso é mais uma vez a polícia querendo culpar as vítimas e não ir atrás do que causou todo esse problema. “, ressalta dirigente do MST. 

Em nota, o MST exige punição imediata ao assassino, “que age sob o clima de terror contra os movimentos populares, incentivado por autoridades irresponsáveis que estão no governo brasileiro”.

A Prefeitura de Valinhos informou que duas pessoas deram entrada no sistema de saúde municipal, Luiz Ferreira da Costa, 73 anos, chegou em óbito a Unidade de Pronto Atendimento e um jornalista Filipe Tavares, 59, sofreu escoriações, passou por exame e estava pra ser liberado.

Ao Brasil de Fato, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Valinhos informou que havia uma reunião marcada para esta quarta-feira (17) sobre a questão da água, com uma juíza, mas foi adiada para esta quinta. Eles também afirmam que nesta semana começou o fornecimento de caminhões-pipa, porém os manifestantes demandam ligamento da rede. Sobre o ato criminoso, afirmam “que é caso de polícia e o responsável precisa ser investigado e punido”.