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Violência política: sociedade em perigo

28/03/2018 às 17h28

Leia artigo do Presidente do Sindicato, Raimundo Suzart, sobre o grave atentado ocorrido ontem no Paraná, contra a caravana do ex-presidente Lula

O atentado a tiros contra a caravana do presidente Lula e o assassinato da Vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Pedro Gomes têm um elemento em comum: os interesses políticos e econômicos de segmentos empresariais que não podem sequer admitir a possibilidade da volta de governos de caráter social, que coloquem os trabalhadores e as pessoas de um modo geral, acima de seus interesses financeiros e do lucro fácil e rápido.

Afinal, Marielle representava o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT). Ambos se opõem ao congelamento do orçamento público por 20 anos aprovado ano passado por iniciativa do governo dos patrões comandado por MDB, PSDB e DEM.

Congelamento esse que está na origem do enfraquecimento financeiro de Estados e municípios que contribui para o aumento da criminalidade na exata medida em que falta dinheiro para investimentos em segurança pública. As milícias privadas (e criminosas), agradecem.

Com o poder público fora da disputa, são elas que passam a dominar amplos setores da sociedade. O PT de Lula e o PSOL de Marielle querem acabar com isso ao propor a volta do investimento no setor produtivo gerador de empregos, que aumente a capacidade de arrecadação de Estados e municípios e seu fortalecimento, para que possam investir em segurança, em educação, em saúde. Tudo o contrário do que defendem os políticos neoliberais que trabalham a favor da privatização e do capital financeiro, ou seja, dinheiro no Banco, não na produção.

Nós, trabalhadores da indústria química, petroquímica, farmacêutica, de plásticos e outros setores similares, necessitamos de um governo que invista no desenvolvimento do país e na geração de empregos aqui, não no estrangeiro. Daí a necessidade de impedir a privatização de empresas públicas como Eletrobrás e Petrobrás que podem impulsionar a retomada do crescimento e geração de empregos por meio de investimentos em infraestrutura e aumento da produção. Todo o oposto do que deseja o governo atual de patrões do MDB, PSDB e DEM.

Recorrer ao uso da violência política contra adversários ao invés de fazer o necessário e saudável debate de ideias e propostas é querer tratar todos nós, brasileiros e brasileiras que vivemos do nosso trabalho, como idiotas incapazes de fazer a escolha certa na hora de votar para presidente, governador, senador e deputados estaduais e federais, em outubro próximo.

Para barrar a escalada da violência na política que leva a destruição de qualquer sociedade, devemos estar atentos aos acontecimentos, buscando compreender que interesses estão por trás de cada partido, órgão de imprensa ou autoridade pública. Para, assim, poder decidir corretamente em quem votar em outubro.

Raimundo Suzart

Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC

28 de março de 2018